Um caminho Interior (Dez 2009)

ZEN ENERGY | DEZEMBRO 2009
Um caminho Interior
Parte I

Sabemos que devemos pensar positivo! Sabemos que devemos evitar tudo o que for menos positivo – pessoas e lugares. Sabemos que devemos ter consciência e certeza de onde estamos e para onde vamos! Sabemos que devemos ser concretos, objetivos e determinados…mas continuamos na mesma. Porque será? Porque será que todos temos capacidades e condições para sermos felizes e no entanto não o somos? Porque será que sentimos que o caminho que nos leva á paz interior é precisamente aquele que nos incomoda? Porque será que, apesar de já sabermos TUDO, continuamos afazer as mesmas coisas? As mesmas atitudes e comportamentos? Em primeiro lugar, torna-se necessário perceber o que é a felicidade!

Paz Interior
Felicidade é um estado de paz interior! É tranquilidade e serenidade na manifestação da existência do ser. É o brilho constante presente num olhar. É a manifestação sincronizada do ser. É a consciência de que a vida é uma aprendizagem e o momento apenas! Felicidade é afinal o estado de SER! Somos educados desde crianças que a felicidade se encontra no exterior. Ainda me lembro quando tinha cerca de 7 anos, o meu maior sonho era ter uma bicicleta. Os meus pais não tinham possibilidade de a comprar e eu pedia ao Pai Natal que me satisfizesse o desejo. Pouco tempo depois, um senhor amigo da família decide fazer-me uma surpresa e comprou a bicicleta. No Natal, lá estava a bicicleta encostada à àrvore, e eu desejando que a noite passasse para lhe poder tocar! Era o miúdo mais feliz da região. Os dias passaram e pouco a pouco percebi que que a bicicleta não me preenchia completamente e rapidamente encostei-a a um canto, procurando outra alternativa. Somos educados a ter, em vez de ser! Depositamos constantemente a responsabilidade do bem-estar e felicidade em algo que se encontra no exterior e que é ‘necessário’ possuir para conseguir.
Estas foram as instruções que nos deram ao crescermos, e sem nos apercebermos acentuamos a informação criando hábitos e âncoras que nos fazem acreditar que estamos certos! O nosso cérebro apenas grava o que lhe vamos transmitindo! E se durante anos lhe ‘dissemos’ que a felicidade está no exterior, se não fizermos algo para mudar, levamos o resto da vida a acreditar nisso.

Vida automatizada
Ao olhar para o mundo, percebemos que a vida se tornou automatizada, em que o ser humano apenas se limita a seguir instruções que durante toda a vida a sua mente veio acumulando. É preciso alterar essa formatação que impede o ser humano de sentir verdadeiramente o significado da vida! É tomando consciência de que é necessário partir para uma mudança que se inicia o percurso interior e na verdadeira descoberta da paz! O maior problema do ser humano é chegar ao ponto da tomada de consciência. A sociedade, os pais e tudo o que fez parte da sua vida até ao presente, empurra-nos para o hábito, par a zona de conforto, aquela que já conhecemos! E, após alguns anos, chegamos à conclusão que a nossa vida não se alterou. De uma forma natural a vida encarrega-se de nos lembrar o seguinte: «se passarmos a vida a fazer o que sempre fizemos, iremos ter sempre o que tivemos até então». Se esperamos algo diferente, então temos de fazer algo diferente!

A chegada da mudança
Ao percebermos que temos de alterar algo em nós – uma atitude, ou perspetiva – iniciamos o processo de abertura à permissão da entrada da mudança …  e já estamos a mudar! O trabalho começa pela mente, a vários níveis. Numa primeira fase, temos que ter consciência que, para nos guiarmos a nós mesmos, devemos estar tranquilos, e ser inteligentes ao aceitar o trabalho meditativo, iniciado pela respiração consciente (inspiração pelo nariz e expiração pela boca).

O que se pretende é uma melhor oxigenação a nível cerebral, o equilíbrio da tensão arterial e, naturalmente, ao fim de algumas respirações, uma sensação de clareza e sintonia no ‘agora’! Nesta fase, conseguimos ter uma melhor percepção, não só do que desejamos, como também da necessidade do trabalho interior! Numa segunda fase, devemos identificar os hábitos  menos positivos (ex: acordar tarde, atender o telefone quando acompanhado num jantar de família…). Se parar um bocado para pensar vai chegar à conclusão que o seu comportamento é feito de hábitos – 90 por cento do seu comportamento são hábitos. Hábitos que tem por base o Ego!

Sem comentários:

Enviar um comentário