Sexualidade Divina (Set 2011)

ZEN ENERGY | SETEMBRO 2011
Sexualidade Divina

Fecho os olhos…sorrio…deixo-me levar por mim mesmo às profundezas do meu ser. Percorro cada recanto…observando…deslizando … permitindo-me sentir, e ao mesmo tempo tomar consciência da perfeição do meu templo sagrado. SOU dentro de mim … SOU fora de mim… SOU porque vivo…SOU porque sinto … SOU porque simplesmente SOU!

Sexualidade Divina

Demos saltos quânticos no que diz respeito à evolução tecnológica e industrial. Criámos formas de explorar o que se encontra para além do planeta terra. Inventámos robots que realizam o trabalho por nós. Desenvolvemos uma crença baseada em poder e em ‘fachada’, e nem nos apercebemos que tudo o que permitiu a realização de tudo isso foi a energia matriz que se encontra na base da nossa criação – a energia que deu origem à vida, e ao próprio movimento divino da alma – a energia cósmica sexual.
Ao escrever este artigo lembro as minhas próprias descobertas sexuais, a forma como descobri o toque e explorei o meu corpo. Lembro-me que em todos os momentos mais íntimos com o meu corpo, uma voz interior permanecia ecoando ‘isso é pecado’.
Ao escolher este tema, senti a responsabilidade e a consciência de um trabalho interno profundamente ligado ao meu EU.

Inundados por informações e memórias ligadas a uma moral sexual deturpada, evoluímos como seres hipnotizados no ponto de vista sexual. Acreditamos apenas num caminho e numa única possibilidade de vivências ou experiências. A igreja, a sociedade sempre teve um papel muito importante no conceito da sexualidade. Chegou a altura de mudarmos de perspectiva – abra o seu coração e a sua mente, ao ler estas linhas entregue-se e seja fiel a si mesmo.

Somos seres Divinos em evolução terrena…seres que transportam consigo um mecanismo perfeito para o desempenho da sua tarefa. Um mecanismo que tem por base a fluidez e a vida. Possuímos emoções, sentidos, pensamentos, desejos, vontades e sonhos. Somos detentores de um poder infinito do ponto de vista da consciência e da alma. Se agora somos terrenos e energia, é porque antes éramos apenas energia. Energia que sempre fará parte da nossa manifestação. É essa energia a que chamamos vida, movimento, transformação, Deus. É essa energia que permite a evolução, a vontade e o estado SER.

Se encararmos a vida dessa forma, compreendemos a importância da tomada de consciência de uma manifestação energética permanente e associada à força divina criadora. Se entendermos que a origem da vida está directamente ligada à energia sexual, então aceitaremos a sexualidade como Divina!


A Alma, a sexualidade e a evolução

Cresci num meio onde a sexualidade era vista como algo sujo ou pecado. O tabu à volta deste tema, permitiu, não só no meio onde cresci, como em toda a parte do mundo onde se manifesta esta consciência, comportamentos distorcidos e na maior parte das vezes incoerentes com a realidade que se acreditava. Analisando a situação actual da evolução humana, sinto que ainda existe muito a aprender neste campo, pois continuamos a definir comportamentos, ligações e uma sociedade através da sexualidade ao invés de nos debruçarmos sobre a essência da alma na ligação ao físico.

Se acreditamos que o corpo é animado por uma alma, energia ou espírito - em que a manifestação do ser humano é um todo, e não apenas físico, emocional, mental, ou sexual - porque não adoptamos comportamentos e atitudes de acordo com essa consciência? Porque será que ainda continuamos a julgar e a lutar contra nós próprios no que diz respeito à sexualidade?

Temos por base a essência da evolução e a presença do instinto animal. Se por um lado procurámos a salvação através da ligação à alma e à rejeição do corpo, por outro esquecemo-nos que isso só por si era completamente impossível. De um momento para o outro, deixámos de esculpir deuses e estátuas e manifestar comportamentos em que quase tudo era permitido e tido como normal, a nível sexual (antiga Grécia), para passarmos a rejeitar o corpo e iniciarmos uma procura desesperada pela alma e pela vida além morte, descurando completamente a importância da união entre os dois (cristianismo). Mas chegou o tempo de tomarmos consciência que a nossa evolução no sentido da paz e do amor, depende da capacidade em perceber a necessidade da união entre o aspecto físico/sexual e a alma. Um não existe sem o outro, e ambos dependem um do outro, enquanto seres terrenos em evolução.

A alma não tem sexo, não é homem ou mulher. A alma é apenas essência, energia em manifestação num determinado corpo que possui todas as condições para a realização do mandato divino pessoal na terra. Quando dizemos que somos masculino e feminino, é no sentido de alcançarmos a consciência que somos ambos – simples palavras para nos ajudarem a definir e a compreender o EU Terreno. A manifestação de cada um desses aspectos dependerá do processo cósmico e divino de cada um, sendo apenas necessário ter em conta, isso mesmo. O que quero dizer com isto é que, é necessário observarmos o ser humano na sua essência independentemente da sua manifestação sexual. Ao atingirmos esta consciência e esta capacidade criamos em nós a capacidade de aceitar a sexualidade como Divina.

O longo do meu percurso de vida, tive a oportunidade de viver experiências, entregar-me a comportamentos pelo simples facto de sentir que o devia fazer, independentemente do considerado ‘correcto’. Isso permitiu-me criar capacidades na criação de condições em aceitar-me, amar-me verdadeiramente e alcançar o Amor Incondicional por todo o ser humano. Ao conhecer-me por completo, ao experimentar e vivenciar todo o meu ser em todas as suas vertentes possíveis, aprendi a Ser e a Amar! Compreendi que afinal de contas, a energia sexual, a alma, o sentir, o físico, as emoções, os pensamentos e todo o que completa o meu ser, são um todo inseparável e por isso admirável, pelo que apenas posso sentir gratidão e amor por tudo isso e permitir-me ser na consciência que tudo faz parte de um EU em re-conexão com ele mesmo.

Energia sexual e comportamentos associados

Surgindo de uma forma quase inexplicável e natural, a energia sexual muitas vezes desperta comportamentos e atitudes que, quando não compreendidos poderão levar ao sofrimento e à dor. Precisamos estudar o nosso EU e aceitar a possibilidade de todas as ligações possíveis na evolução terrena. As nossas ligações e relacionamentos desenvolvem-se de acordo com a referência que criámos dos nossos pais, quando éramos crianças. Se somos homens e crescemos com a ausência do pai (factor masculino), teremos naturalmente a tendência de, inconscientemente procurar esse vazio em relacionamentos homossexuais, o mesmo acontece em relação à mulher, caso sinta a ausência da mãe (factor feminino). Não se trata de doença ou desequilíbrio, mas sim de um componente que faz parte do todo que constitui a evolução do ser. Da mesma forma que, ao observarmos situações ligadas a violência ou manifestação de poder do pai para a mãe, se somos homem, desenvolvemos uma perspectiva de um feminino frágil e submisso, interferindo na forma como nos relacionamos com a mulher. Se somos mulher e observamos a mesma situação, poderemos desenvolver relacionamentos com o masculino tentando manifestar autoridade. São apenas exemplos que nos poderão ajudar a compreender a forma como nos relacionamos uns com os outros. Muitas outras possibilidades poderão acontecer, e isso só é mesmo possível analisar caso a caso.

Ao observar os relacionamentos desta forma torna-se mais fácil compreender as ligações e a razão pela qual nos envolvemos com determinadas pessoas. Como testemunha viva de que a paz e o amor incondicional são reais, considero fundamental uma análise tendo como principio aquilo que nos recordamos e experienciámos nesta vida, e só assim criaremos condições para aceder de uma forma equilibrada e consciente a registos e a um potencial adormecido presente em cada um de nós. No momento em que vivermos a sexualidade em paz e em amor, sem qualquer tipo de rejeição, tabu ou julgamento, compreenderemos que é Divina e essencial a esta aprendizagem terrena.  

Exercício para um relacionamento sexual inteiro e profundo

Vista uma roupa confortável. Sente-se ou deite-se. Feche os olhos…sorria…e dê inicio a uma viagem interna dentro do seu corpo. Observe os seus órgãos internos, as suas células e a forma sábia como tudo funciona. Relaxe. Respire naturalmente ou de uma forma consciente (inspirando pelo nariz e expirando pela boca, observando apenas o ar a entrar e a sair, sem qualquer tipo de esforço). Após uma viagem pelo seu corpo, mantendo o sorriso e o relaxamento, siga até ao seu coração, e através do mesmo deixe-se projectar para fora do seu corpo ligado por um fio de luz ao seu coração. Na projecção (visualização), mantenha a postura em que o seu físico se encontra. Após sentir-se no exterior, rode e coloque-se de frente para si…observando o seu corpo e sorrindo apenas. Ligado pelo coração sinta o amor a fluir livremente entre a sua consciência (projecção) e o seu corpo físico. Enquanto o seu corpo permanece imóvel, toque o seu rosto físico, os seus olhos, e todo o seu corpo, ao mesmo tempo que sorri suavemente e repete mentalmente ‘amo-te ……… (o seu nome)’.

Entregue-se a si mesmo, ao seu corpo e à ligação através do seu coração. Nesta fase pode abraçar-se, explorar todo o seu ser físico e até fazer amor consigo mesmo! Quando sentir que deve terminar o exercício termine regressando ao seu corpo da mesma forma como saiu enquanto mentaliza ‘Eu Sou, Eu Sinto, Eu Manifesto, Eu Aceito, Eu Amo, Eu Perdoo, Eu Agradeço’ - sorrindo sempre!
Faça este exercício com o (a) seu (sua) parceiro (a) e entregue-se a uma experiência verdadeiramente profunda e divina. Neste caso, procedam da mesma forma, mantendo apenas o contacto através das mãos, e termine o exercício sem envolvimento físico ou sexual. Após este exercício poderá envolver-se fisicamente ao mesmo tempo que segue todos os passos indicados, de uma forma lenta e muito tranquila. No momento do orgasmo, caso finalize o exercício dessa forma, respire conscientemente e ao mesmo tempo mentalize ‘Amo-te ……. (o seu nome)’.


Faça o favor de ser feliz! Lembre-se que para isso basta amar o seu Ser verdadeiramente!

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