Cultivar a Inteligência Espiritual (Dez 2010)

ZEN ENERGY | DEZEMBRO 2010
Cultivar a Inteligência Espiritual

A vida é uma caminhada espiritual
Escolhemos um habitáculo terreno como transporte, e um cenário próprio de um acto estruturado e devidamente relacionado, ao longo do palco no processo da vida. Só assim poderia ser - por conveniência ou realidade - é aqui que tomamos consciência da verdadeira capacidade em usar a inteligência e a clareza na percepção dos seres espirituais que somos! Sábio é aquele que ouve e aprende a ler as entrelinhas da sua própria capacidade de ler. No silêncio da alma, e no sussurrar do amor, encontraremos todas as condições para aceder à compreensão e à consciência do propósito da nossa vinda à terra.

Todos diferentes, todos iguais
Ao longo destes anos de trabalho como intuitivo, percebi que todos partilhamos um corpo físico que adoece e se cura pelas mesmas razões. Partilhamos a forma como lidamos com aspectos emocionais ligados a crises e a situações de aprendizagem profunda nos relacionamentos. No que toca à saúde e ao equilíbrio do espírito e do corpo, todos nos gerimos pelos mesmos factores. Todos procuramos amor, paz, saúde e longevidade. Ricos ou pobres, cristãos ou evangelistas, cépticos ou praticantes de alguma religião, todos estamos sujeitos a uma aprendizagem pessoal e individual escolhida algures no cosmos. Procuramos desesperadamente a ligação esquecida à essência mais profunda da nossa alma. Na verdade, sonhamos inconscientemente com o retorno a casa, o regresso à morada inicial. Acredito que a espiritualidade é um refúgio consciente, imposto pela alma de uma forma inconsciente.

Integração e consciência
Acredito que a missão do ser humano, além do desempenho da sua tarefa específica, pretende-se com a capacidade em aceitar essa mesma tarefa. Nunca poderemos chegar ao cimo da escada sem subir os primeiros degraus. Se não tivermos presente este aspecto, dificilmente alcançamos o patamar de consciência e integração no próprio processo da vida. Já imaginou como seria se um actor decorasse o seu papel e não lhe incluísse emoções, ou não se entregasse por completo à tarefa? Não iria passar a mensagem e seria um fracasso. Na vida é assim. Enquanto não agirmos como parte integrante da tarefa em si, temos a sensação que caminhamos executando tudo o necessário, convencidos que tudo está sob rodas, e depois chegamos à conclusão que parece faltar algo. Muitas vezes questiono o facto de pessoas que trabalham dentro do mundo espiritual e não conseguirem o equilíbrio nas suas vidas. É óbvio que todos temos o nosso tempo e a nossa hora do verdadeiro despertar, mas sinto que a maior parte de nós se deixa embarcar pelo abraço aparentemente sóbrio do ego, caindo na ilusão que sabemos tudo ou possuímos a verdade absoluta. Costumo dizer que sou apenas um embrião neste processo de auto descoberta. Ao fazê-lo, obviamente de uma forma sentida e verdadeira, permito ao meu Eu interno uma abertura constante na aprendizagem maravilhosa da vida.

Ocupar-nos do físico em primeiro lugar
Antes de pensarmos em trabalhar ou desenvolver seja o que for numa caminhada espiritual, devemos antes de tudo entender e trabalhar todos os aspectos físicos, emocionais e mentais presentes em cada um de nós como condições básicas na vida. A nossa mente é uma profundidade infinita em sabedoria e potencial. 

Segundo especialistas usamos apenas 10% do potencial máximo da mente. Acredito que, apesar de novas aberturas e muito mais tendência à realização de um trabalho interior, muito ainda temos de aprender para atingir a luz ou a ascensão ao divino. Se por um lado parece complexo, por outro é muito simples. A complexidade da simplicidade é criada pelo ego e pelas limitações que necessitamos para realizar toda esta tarefa terrena. O verdadeiro trabalho reside na consciência de, um outro trabalho relacionado com o entendimento e aceitação de tudo o que faz parte da manifestação física do ser na terra. Ao atingir essa consciência, naturalmente ascenderemos a um plano superior que nos permitirá avistar a luz e a paz.

Desmistificar é o caminho
Nestes três anos de trabalho, considero que muito ainda tenho a aprender. Mas acredito que já me é permitido analisar situações que me ajudaram a crescer e a desmistificar a espiritualidade. Sempre acreditei que existiria uma espiritualidade sóbria e tranquila. Lemos revistas, frequentamos cursos, devoramos livros, e mesmo assim continuamos a alimentar a ideia de algo transcendental ou longíquo. Não! Justifica-se enquanto não existe consciência, mas quando temos consciência devemos proceder de acordo. A solução está dentro de si. Não a procure, deixe que esta se manifeste! As estrelas, o cosmos, os mestres e entidades divinas fazem todo o trabalho segundo as suas obrigações. Nós, seres espirituais na terra, apenas devemos preocupar-nos com a realização do nosso, ao fazê-lo assumimos inconscientemente a possibilidade de uma ponte entre o mundo espiritual e o físico.

Não somos quem pensamos ser
Ao avançar neste processo de auto descoberta, percebi que quanto mais descobria mais queria descobrir. Percebi que sou um poço sem fundo, uma consciência infinitamente complexa e ao mesmo tempo simples. Percebi que o verdadeiro caminho é o manifestar apenas e alcançar o estado pleno de Ser!

Os passos que o poderão ajudar na conquista de uma espiritualidade sóbria:
1º - Esvaziar a mente, ou arranjar espaço para a tarefa, através da respiração ou meditação
2º - Organização dos pensamentos e ideias, em prateleiras ou gavetas
3º - Viver o agora, na consciência que o amanhã é ilusão e o passado é memória
4º - Trabalhar o perdão, perdoar-se a si mesmo e aceitar-se é a grande tarefa
5º - Aceitar o seu potencial psíquico e espiritual
6º - Ser fiel a si mesmo na execução da sua missão pessoal
7º - Cultivar o Amor Incondicional e perceber que existe apenas uma condição para todo este trabalho – estar vivo!

Aproveite o final de ano para assumir um compromisso sincero e único: tornar-se aprendiz de si mesmo!
Que o Amor de Jesus esteja presente em sua vida!

Festas felizes.

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