Inteligência Emocional (Out 2010)

ZEN ENERGY | OUTUBRO 2010
Inteligência Emocional

Somos pequenas centelhas oriundas do cosmos, procurando o caminho de regresso à ‘velha morada’. Morada que em tempos habitámos, e que, por vontade própria, abandonámos, na consciência de um regresso vitorioso, reunindo todas as condições para a viagem seguinte. Somos seres espirituais experienciando uma vida terrena, ligados à inteligência divina através de um motor muito subtil, mas sempre presente em todo o processo da vida – a emoção. Graças a ela, o comportamento humano adapta-se e organiza-se de acordo com todas as exigências do cenário escolhido, tornando possível o crescimento e a evolução individual, que naturalmente leva à evolução do grupo onde está inserido.

Somos seres emocionais, a partir do momento em que escolhemos a vida terrena
No plano superior, ou plano espiritual, não existe a emoção, existe sim uma consciência sublime de Amor numa frequência muito elevada. A emoção torna-se necessária para estabelecer ligações e tornar possível a evolução neste plano. Para evoluir, precisamos de nos ligar e nos relacionar. Baseados na essência comum, partilhamos a mesma disciplina, usando apenas ferramentas e perspectivas diferentes, de acordo com o processo individual.
No momento em que somos ‘semeados’ no ventre da mãe, a energia subtil e sábia do cosmos permite o grande e derradeiro acontecimento – a ligação à frequência exacta para a aprendizagem a que nos propomos, através da emoção maior – o Amor. Por um lado eterno e sábio, por outro lado, a ferramenta que nos mostrará a dualidade no ser, e a possibilidade de nos conectarmos à nossa mãe terrena, ao mundo e à vida.

Solidão e Poder Emocional
Atravessamos uma época de crescimento eminente no que diz respeito à consciência evolutiva do ser, a nível individual e colectivo. Construímos pontes, inventámos máquinas capazes de realizar o trabalho por nós, e até conseguimos tornar a viagem à lua, uma viagem de lazer. Durante anos, projectámos no outro, no exterior e no mundo, as nossas inseguranças, medos e receios, desviando-nos cada vez mais da nossa essência e da nossa ligação ao coração. Esta procura de amor disfarçada de consumismo imediato, levou-nos a deixar de acreditar na possibilidade de um reencontro ou comunhão com a essência mais profunda do estado SER e a perdermo-nos de nós mesmos. A solidão é isso mesmo! É a necessidade permanente de procurar no exterior e nos outros o vazio que causámos dentro de nós mesmos. Ao fazê-lo, estamos inconscientemente a manifestar a dependência em relação a esse mundo exterior, causando a sensação que a vida é uma luta interminável de poder e uma procura incessante do material.

O primeiro cenário emocional torna-se o mais importante
Baseado numa experiência única e individual, cada ser humano cria a sua ‘tela da vida’ de acordo com todas as mensagens processadas ao longo da mesma. A informação de base torna-se a mais importante, senão a responsável pela forma como lidamos com as emoções. Ao observarmos o relacionamento entre o Pai e a Mãe, como figuras representativas do masculino e feminino, (nos primeiros anos de vida e ainda dentro da barriga da mãe), construímos uma determinada imagem emocional de nós mesmos, sendo masculino ou feminino respectivamente. Por exemplo, ao observar o meu pai, em criança, nas suas manifestações emocionais eu posso assimilar essa mesma informação de duas formas: ou identifico-me com a emoção e aspiro ser igual, assumindo interiormente essa forte possibilidade, ou não me identifico e focalizo-me na diferença, enquanto vou crescendo. Tratando-se da primeira ligação, o Pai e a Mãe tornam-se assim os agentes principais para a criação de um determinado cenário emocional.

Se eu sou rapaz, usarei, inconscientemente como referência, o comportamento do meu pai para me relacionar com o feminino, e consequentemente a postura da minha mãe como referência na criação da imagem do feminino. Todos partimos desse mesmo princípio. É graças a este principio que nos ligamos da forma como nos ligamos e criamos expectativas em relação aos outros, atraindo ou afastando. Há que ter em conta que todo o comportamento é motivado pela emoção. Mesmo que a mente nos mostre uma determinada realidade, a emoção que envolve essa mesma realidade é que vai determinar a possibilidade de ela acontecer ou não. O facto de eu aspirar a ser diferente do meu pai pode vir desenvolver determinados medos e receios que me fazem tornar semelhante, pois é nisso que me estou a concentrar. Concentrar-me na ausência vai reforçar as condições para que essa ausência que rejeito se torne uma realidade na minha vida!

Abertura do Coração
Ao longo desta caminhada, e de tudo o que sabemos no que diz respeito à nossa existência, torna-se cada vez mais importante abrir o coração e criar o compromisso com a nossa essência em atingir a maior clareza possível no que respeita às emoções. Já percebemos que não adianta chorar pelo ‘leite derramado’. Já percebemos que se continuarmos a fazer o que sempre fizemos, iremos ter o mesmo que sempre tivemos. 

Ao tomar consciência da necessidade de um percurso de auto-descoberta e clareza no campo emocional, criamos condições para experienciar em tempo real o Amor Puro e Incondicional pelo nosso Eu mais profundo, criando assim a possibilidade de usarmos a emoção de uma forma inteligente.

Potencialize a abertura do seu coração
Após alguns minutos de relaxamento e respiração consciente (inspirando pelo nariz e expirando pela boca), centre-se no seu coração. Visualize uma espiral em movimento, de uma forma harmoniosa e tranquila. 

Lentamente visualize uma porta surgindo dessa espiral – é a porta do seu coração. Agora, feche a sua mão direita, e com os nós dos dedos dê 3 suaves mas determinadas pancadas no centro do seu peito (área do coração). Pare uns segundos e repita esse processo até sentir uma sensação de bem-estar que se espalha ao longo do seu corpo. Agradeça e sorria, na consciência que essa vibração se espalhará por todos os que fazem parte da sua vida.

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